Eutanásia
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Eutanásia, de origem grega, significa morte fácil, sem dor nem sofrimento, e passou a designar procedimento que vise abreviar a agonia de pacientes terminais, o assassinato por piedade, a morte agradecida.
Quando uma pessoa está em estado sem recuperação, em que o prognóstico é de um tempo doloroso e sem previsão para a hora fatal, o próprio doente ou a família dão o consentimento para apressar a morte, que pode ter duas formas: negativa – quando se priva o doente de cuidados ou medicamentos que prolonguem sua vida – ou positiva – quando se usam meios destinados a abreviar ou suprimir a vida.
Quando uma pessoa chega ao estado de coma, em que, de acordo com o nível do prejuízo de seu funcionamento cerebral, são apresentadas dificuldades para se comunicar e desaparecem seus reflexos, não há como se saber, ainda, até que ponto está prejudicada sua energia mental. Há casos graves, que terminam com a morte cerebral, mas, em muitos outros, embora se apresentem perigosamente aprofundados, existe a recuperação plena, e até mesmo sem sequelas, do paciente.
Por isso, quando ainda não está em coma, mas apresenta um elevado grau de sofrimento, em face de a pessoa ser declarada clinicamente morta, embora não chegasse à morte cerebral, ocorrer a eutanásia passiva, independentemente da vontade do paciente, em que são desligados os aparelhos que mantinham artificialmente aquela vida; ou a eutanásia ativa, em que o próprio paciente tenha expressa, de alguma forma, à sua família, sua decisão de não passar pelo sofrimento final para o seu desenlace.
Em alguns países, legalizou-se o suicídio assistido, em que o próprio paciente, com ajuda médica, desliga os aparelhos ou aplica em si mesmo uma injeção letal.
Muito utilizada no passado, especialmente a eugenia (morte de deficientes mentais e alcoólatras, para melhoramento da raça), atualmente a eutanásia é proibida em quase todos os países, que não admitem o homicídio piedoso e considerando que a Medicina tem errado muitos diagnósticos e o prognóstico fatal, em muitos casos, não se realiza. Não se admite sequer atender ao pedido desesperado de um doente terminal, que deseja abreviar seu sofrimento e pede que o deixem morrer, suspendendo o tratamento. A ninguém é dado o direito de matar por compaixão.
Na Doutrina aprendemos que, em nosso plano reencarnatório, nos foi dada a escolha de como desencarnaríamos. Por isso, entendemos que o sofrimento de uma agonia prolongada pode estar servindo de aprimoramento para o nosso próprio espírito ou daqueles que estão junto a nós, como assim o é uma doença incurável.
Sabemos que, momentos antes de seu último suspiro, a pessoa tem um período de extraordinária consciência, reanimando, por instantes, todas as faculdades: é a hora da graça que lhe é concedida por Deus para que aquele espírito se arrependa e possa receber as forças para seu encaminhamento após o desencarne.
Desse modo, temos um suicídio, quando o paciente consegue uma eutanásia, ou um homicídio, quando alguém abrevia a vida de outro. Será sempre um ato de violência que contraria as leis de Deus.
Só um tipo de eutanásia é permitido pela Espiritualidade Maior – a eutanásia espiritual, isto é, a abreviação do sofrimento de um doente cuja vida foi pautada pelo Bem, pela caridade e pela justiça, e que, por critérios divinos, seu desligamento é permitido e realizado pelos Mentores de modo suave e com vistas a evitar maior sofrimento daquele espírito que já se redimiu. Essa eutanásia espiritual é muitas vezes conseguida com a ajuda da prece, especialmente pela atuação do Doutrinador, que pode, com um simples passe magnético, magnetizar as forças que estão atuando, naquele momento, de modo a propiciar o desencarne tranquilo do paciente.
O período de sofrimento de um doente é benigno para ele, dando-lhe a oportunidade de aprimoramento, e para seus amigos e familiares, porque robustece os laços de amor e simpatia entre eles e o enfermo, com ternura e piedade, além da reflexão gerada pela gravidade da situação.
Quem se submete a uma eutanásia sofre as consequências do suicida, sofrendo seu espírito, por longo período, alucinações e tormentos terríveis após desencarnar, e voltando em uma reencarnação para passar pelas mesmas provas de que fugiu, com isso prolongando o sofrimento que poderia terminar, pela ação do mundo espiritual, em mais uns poucos dias ou poucas horas, com a libertação harmoniosa do espírito.
O desligamento de aparelhos que prendem um corpo a suas atividades somente físicas, pois, na maioria dos casos, o espírito já se desprendeu e fica, apenas, o funcionamento mecânico de órgãos vitais, prolongando uma morte que, no aspecto espiritual, já ocorreu, não é considerado uma eutanásia e, pela nova legislação, nem mesmo crime, uma vez que, sem o espírito, já não existe vida.