Instrutor - Acervo Koatay 108

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Instrutor

               
      No Livro dos Provérbios (16-23) encontramos: “O coração do sábio instrui a sua boca, e os seus lábios promovem a instrução!”. Cora Coralina, poetisa goiana, nos ensinou: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina!”
      É muito grande a responsabilidade de um Mestre Instrutor, uma vez que de sua instrução dependerá a trajetória de muitos espíritos, encarnados e desencarnados, na Corrente. Existem mestres veteranos que acham ter adquirido a condição de instrutor pelo seu tempo na Doutrina. Errado, e a preocupação dos responsáveis pelas instruções, em todos os Templos do Amanhecer, deve ser a de ter mestres capacitados a ensinar, a saber transmitir as coisas básicas de nossa Corrente, com respeito, clareza e dentro de uma mesma linguagem, em perfeita harmonia, pois cada um médium que chega, a qualquer tempo, traz uma bagagem transcendental que, sem a Clarividente, não temos como aferir, e isso não depende de sua personalidade, de sua posição social, de sua formação profissional ou de seu nível cultural.
Temos que estar atentos para um alerta que encontramos nos conhecimentos védicos, onde nos ensina que a personalidade é infectada por quatro defeitos:
  • comete erros frequentemente;
  • está, invariavelmente, iludida;
  • tende a enganar os outros; e
  • é limitada por sentidos imperfeitos.
      Para ser um bom instrutor, esses quatro defeitos têm que ser minimizados ao máximo.
      O que está acontecendo, entretanto, é que por consequência da chegada de médiuns com maior capacidade intelectual, está o instrutor sendo exigido mais e melhor no nível de suas explanações, a fim de satisfazer dúvidas e questionamentos de mentes mais abertas e trabalhadas pelos diversos ramos do conhecimento humano.
      Isso gera uma complicada situação, principalmente se o instrutor, acomodado em seu tempo de serviço à Doutrina, não se preocupa com o aprofundamento de seus conhecimentos, nem em fazer uma reciclagem, sem estar consciente de que nossa Doutrina é muito mais Ciência do que Religião.
      O verdadeiro instrutor sempre busca aprimorar seus conceitos e sabe que somos “mestres ensinando mestres”, isto é, não existe uma qualquer situação de superioridade.
      Em cada aula, em cada contato com os médiuns sob sua responsabilidade, o instrutor procura se fazer entender e, com simplicidade, deve estar aberto à recepção de muitas novidades que lhe chegarão daquele grupo.
      Esta é a correta postura mental do instrutor: não se envaidecer do que sabe – ou pensa que sabe – e nem se colocar num pedestal se achando superior àqueles que estão chegando, ávidos pelos conhecimentos fundamentais da Doutrina.
      A outra preocupação do Mestre Instrutor deve ser com sua conduta doutrinária, evitando palavras e gestos não condizentes com a Corrente, além de saber manter à distância, com respeito e carinho, dominando seus instintos, pessoas que se deixam levar por fantasias e entusiasmo – e por ações de irmãozinhos cobradores – e procuram um envolvimento emocional. É preciso, nesses casos, ter a consciência de que muitos aspirantes se sentem atraídos pelo exemplo do mestre, e se faz necessário agir com muito tato e sensibilidade para solucionar o problema.
      Muitos Doutrinadores se deixaram conduzir a abismos tenebrosos pelas palavras gentis, sorrisos e manifestações de carinho de jovens bonitas que lhe foram confiadas para receber suas instruções. O melhor é não se arriscar, mantendo-se alerta, sabendo localizar o perigo e cuidando para que aquele olhar ardente não se transforme numa enorme fogueira que irá devorar-lhe a alma e destruir sua vida.
      A mente do Doutrinador está preparada para tudo, desde que sob a disciplina da conduta doutrinária e perfeita sintonia com seus Mentores. O que fizer fora disso, é por sua própria vontade, por seu livre arbítrio, e terá que prestar contas.
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