15/06/79 • A GRANDE VIAGEM - Acervo Koatay 108

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15/06/79 • A GRANDE VIAGEM

Década de 70 > 1979
Meu filho Jaguar, Salve Deus!
Em nossas cegueiras amaldiçoamos, às vezes, as nossas vidas por não compreender o que fomos e nem o que nos espera.
Nos desequilíbrios dos nossos obscuros raciocínios, habituamos a proceder de maneira irracional com a gente mesmo, chegando mesmo a ultrapassar as barreiras dos nossos destinos, de nossas louras auréolas, cujas vidas se tornam dolorosas, e por todos os pontos da Terra o clamor. E quando chega o término da grande viagem desembarcamos sem uma única coberta que nos possa cobrir na lousa fria do último porto e, em vez, lhe resta o que deixou, ouro e prata, e consigo leva a sua última herança que é o conflito da desarmonia interior.
É fácil presumir o que nos resta e até onde podemos ir, e a nossa capacidade pode chegar. Todos nós conhecemos a linha divisória entre o visível e o invisível, entre o objetivo e o subjetivo, entre o sonho e a realidade; se assim pensarmos talvez,
que as nossas vidas não sejam tão alucinantes e nos dê trégua a um conhecimento profundo e honesto com a gente mesmo. Então, antes, muitos antes do desembarque, já estaremos livres para recebermos nossos amigos, e também, os que se dizem nossos inimigos.
Salve Deus!
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